Mistérios de São José dos Campos (Parte 2)

Introdução:

Eis as lendas que ficaram de fora.

1-O Homem infinito

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Homem infinito (conhecido como peregrino, ventania) é um andarilho que habita as ruas de São José dos campos, e teria o dom da bilocação.

Segundo os rumores, ele pode estar em lugares distintos, e, ao mesmo tempo. Outra teoria, é que o Homem Infinito seria capaz de conjurar um doppelganger, uma espécie de duplo etéreo, ou gênio do mau. Que apareceria para avisar o sósia, ou familiares, sobre tragédias próximas.

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A lenda surgiu em São José dos Campos, no Século XX. E teria sido difundida na sexta do álcool, um encontro promovido por adolescentes que ouviam bandas emocore. Outro local de disseminação da lenda seria o Motocafé, um bar com decoração temática de moto, visitado por antigos frequentadores da sexta do álcool.

O Homem Infinito teria a mesma aparência desde a década de 80, visto com uma camisa branca, pochete na cintura e nos olhos um par de óculos. Ele viveria como um eremita, e a sua subsistência se daria através do préstimo de pequenos serviços, cobrando preços módicos.

Apesar de seu contexto paupérrimo, homem infinito é uma pessoa honesta, e está sempre protegendo as alamedas de assaltos mirins.

Outro mistério que envolve o andarilho, é a sua participação em reuniões ufológicas, bem como o seu encontro com um ‘intraterreno”. Alguns relatos sensacionalistas afirmam que ele é o padrinho Amadeu, influente líder religioso do Vale do Paraíba. 

Na Cultura Popular  

O homem infinito foi homenageado pela banda ‘Folclore Joseense Desbocado’. Uma única frase foi atribuída a ele: “Eu conheço as loucuras do mundo”.

2– A Lenda do Corpo Seco

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Em Santana, ao lado do cemitério Maria Peregrina, foi enterrado o corpo do rapaz que se tornaria o corpo seco.

Quando vivo, os vizinhos viam ele agredir a mãe; e relatos afirmam que ele colocava a sela nas costas da progenitora e batia com o chicote. Um belo dia esse rapaz amanheceu duro na cama. A mãe preparou o velório, mas, ninguém apareceu.

Depois de três meses, os braços do cadáver apontaram para fora da terra. O corpo estava seco, só havia osso e couro.

O coveiro pediu para um bêbado chamar os dois párocos de Santana. Eles rezaram o terço e jogaram água benta no cadáver. Uma fumaça preta exauriu, com um chiado que lembrava a panela de pressão.

Os padres decidiram sumir com o corpo. O bêbado se prontificou a desovar o cadáver. Ele levou o saco para a fazenda das irmãs, que hoje é conhecida como Altos de Santana. (Francisco Dimas de Souza) 

A segunda versão foi escrita por Rita Elisa Seda:

“Diz a história que pessoa ruim, que pratica muita maldade, com coração cheio de ódio, quando morre, nem céu ou inferno o querem… diz que até a terra rejeita, e assim o sujeito ruim vira Corpo Seco.

Antigamente, no tempo em que as famílias ricas tomavam conta de boa parte da cidade, havia uma família cujo filho era lindo, charmoso e muito envolvente. O que lhe sobrava em beleza, multiplicava por 100 e vinha em foma de ruindade: maltratava as moças com quem saía, perseguia quem o atrapalhasse, arrumava confusão com todos, há quem diga que até batia na mãe.

Pois bem, aconteceu do tal rapaz iludir mais uma moça, esta engravidou. O pai da moça iludida (responsável por uma das famílias de grande poder na cidade), revoltado com a desonra causada pelo rapaz, exigiu que se casasse com a filha. E é aí que a história começa.

O rapaz se negou, e foi assassinado. Foi enterrado no grandioso jazigo da família, localizado no final do cemitério municipal. Depois do enterro, todas as noites ouviam-se gritos vindos do fundo cemitério, mas ninguém tinha coragem de investigar se eram mesmos gritos, de onde realmente vinham e muito menos de chegar perto de onde o rapaz foi enterrado.

Foi então que o pai do rapaz ofereceu metade de sua riqueza para que alguém fosse averiguar o que tinha na sepultura do filho, e mudá-lo de lugar. A família achou melhor levá-lo a uma fazenda antiga que tinham no bairro mais afastado do centro urbano.

Um corajoso aceitou, e foi fazer o serviço. Chegando lá na sepultura, percebeu uma mão pra fora, e assim que se aproximou para ver melhor, um corpo sequíssimo saiu da cova e grudou em suas costas.

Minha gente, a partir do momento que um corpo-seco gruda em alguém, a situação fica bem tensa: tem de se obedecer tudo que o coisa ruim grudado pede, senão é uma azucrinação só na cabeça.

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No momento que o corpo-seco se apossou dele, o corajoso lembrou-se de histórias que a avó contava, e que lhe ensinará como se livrar de um corpo seco. Primeiro passo era encontrar uma árvore. Sem pestanejar, foi (junto o bicho nas costas, claro) até a fazenda da família, e deu de cara com uma alameda linda de mangueiras. Escolheu uma, encostou nela, e rezou “Crendospadre” três vezes. Assim que sentiu o alívio de ter se separado do coisa-ruim, saiu em passos silenciosos, sem olhar para trás, para não correr o risco de ser hipnotizado pela assombração e ter que viver com ele nas costas. Passou pela porteira da fazenda e correu para nunca mais voltar.

Até hoje essa fazenda está abandonada, pois dizem ser mal assombrada. Ela fica no distrito de Eugênio de Melo, em São José dos Campos-SP. Existem visitas monitoradas a mangueira do corpo seco, mas todos os registros em vídeo ou foto são apagados misteriosamente. Algumas poucas pessoas tem fotos da árvore, e por coincidência ou não, elas tem porque foram sozinhas. Talvez o tal corpo seco achasse que seria boa oportunidade de se apropriar de alguém e continuar vagando por aí.”

3- O pé de jequitibá

História contada pelo aluno Arildo. Ele fez o desenho:

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Em São José dos Campos, indo para o Galo Branco, existe uma árvore centenária: o pé de jequitibá. O povo antigo conta que, às três da manhã, é possível ouvir sons estranhos vindos da árvore. O pé de jequitibá está localizado na rota dos bandeirantes, onde dezenas de índios Tamoios teriam sido enforcados. Outro boato é que a árvore foi o ponto de açoitamento de escravos. Os moradores do Galo Branco dizem que ainda é possível ouvir gemidos, barulhos de correntes, chicotes estalando, madeira quebrando e disparada de cavalos. (Arildo Aparecido) 

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4 – O Homem com pé de bode do Casablanca

Na década de 90, o diabo teria se revelado na boate Casa Blanca.

Segundo rumores, ele chegou em um carro preto, e adentrou quando o relógio bateu meia-noite. Ele bebeu e dançou com várias mulheres. Durante o baile, ele teria pisado no pé de uma jovem. E quando ela se abaixou para massagear os dedos, percebeu que os pés do sujeito eram achatados, parecidos com pé de bode.

Segundo os rumores da época (a história virou matéria no SPTV), a moça beijada entrou em coma, a espezinhada ficou paraplégica.

5- O Lobisomem do Tiro de Guerra

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Durante um velório, um uivo e um grito chamou a atenção de todos. 

Na década de 90 não havia grades de proteção na Urbam, e os funerais eram realizados ao ar livre. O indivíduo que estivesse voltando da boate Casablanca, conseguiria ver os defuntos no caixão. 

Um grupo foi investigar o barulho, e quando atravessou o estacionamento, viram um vulto canino cruzando a calçada da boate. O enorme lobo farejou o ambiente, ergueu-se sob as duas patas, e uivou. Era noite de lua cheia. Em seguida, pulou as grades do Tiro de Guerra. O soldado sentinela percebeu a movimentação e disparou. O bicho desapareceu na escuridão. 

Essa história é lembrada até hoje na Vila Industrial.

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Diego Del Passo

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