Escolas mal-assombradas (1 ): Dorival Monteiro de Oliveira

Dorival Monteiro é uma escola estadual localizada no “Parque Novo Horizonte”, em São José dos Campos. Nos anos 90, esse bairro ganhou notoriedade após a disseminação de uma lenda urbana na qual os moradores afirmavam que todos os anos uma “lista” era fixada atrás da Igreja Católica, comunicando quem seria assassinado nos três dias em que acontecia a Festa 1.º de maio — uma quermesse que comemorava o Dia do Trabalhador.

A história que você vai ler ocorreu a poucos metros de onde a tal lista mortuária fora fixada: a escola em frente à praça 1º de maio. Não se sabe o ano em que ocorreu o relato. O texto a seguir foi construído a partir de excertos de redes sociais.

No ano de 2014, existia uma comunidade da escola Dorival Monteiro de Oliveira no finado Facebook, onde os seguidores postavam imagens antigas da escola. Infelizmente, o dono da comunidade (que era eu) deletou a conta e, com ela, todo o material. As pessoas comentavam fatos interessantes, incluindo lendas urbanas. Por sorte, salvei na época alguns comentários no “Google Keep” e os encontrei recentemente. Resolvi então juntar as informações e reescrever os fatos relatados.

Relato de uma estudante de 16 anos

Quando eu estava no terceiro ano do Ensino Médio, eu ouvi através de funcionários da escola Dorival Monteiro rumores a respeito de assombrações. Eis a história:

Em um dia não informado da semana, por volta das onze da noite, enquanto o vigia responsável por fechar a escola trancava a sala de informática, ele testemunhou os monitores ligando simultaneamente, enquanto fechava as portas. Naquela sala, no começo dos anos 2000, estavam os poucos computadores que a escola possuía. O vigia disse que saiu correndo, assustado com o que viu.

Nesta escola, há quatro pavimentos, sendo o primeiro e o último onde se encontravam as quadras de esportes. Uma semana após o incidente, um segundo vigia estava apagando as luzes quando avistou uma garotinha atravessando o corredor das salas. O segundo vigia desceu rapidamente as escadas para confrontar o invasor, mas a menina que corria desapareceu como um raio, sem deixar vestígios.

Enquanto o vigia narrava essa história, minha amiga e eu notamos os pelos do braço dele se arrepiando. Ele afirmava escutar passos na quadra, e o outro vigia que fazia turno com ele relatou ter visto uma menina e um menino com aparência oriental vagando por lá. As manifestações ocorriam principalmente à noite, após as aulas do EJA. Os funcionários tentaram diversas vezes surpreender os ‘intrusos’, mas as aparições se limitavam a uma única testemunha.

A adolescente que expôs os rumores acima também relatou algo pessoal:

Esta parte da história que vou narrar me dá arrepios só de lembrar, pois aconteceu comigo. Eu estava no intervalo e logo em seguida faria uma prova; não me lembro de qual matéria, então decidi passar no banheiro antes de entrar na sala. Escolhi o banheiro de cima, pois o de baixo estava lotado. Foi uma péssima decisão, porque quando cheguei lá, as janelas estavam abertas e um vento forte soprava, emitindo um som sinistro de terror. Costumava usar o último box, mas ao chegar, ouvi uma descarga sendo acionada sem que ninguém a apertasse. Saí em disparada e corri tanto que por pouco não fiz xixi nas calças. Cheguei sem ar ao final do corredor e encontrei a inspetora com minhas amigas, que estavam me esperando. Eu estava pálida de medo. Decidi voltar ao banheiro com elas, e desta vez a torneira estava aberta. Foi uma cena estranha, pois não havia ninguém naquele banheiro.

A inspetora brincou: “Deve ser a garotinha japonesa que vaga por aí…”

Estudei no Dorival no começo dos anos 2000 e vi de tudo: aluno descendo o prédio pela tubulação, tal como o Homem-Aranha, para fugir de uma gangue que o encurralou; vi arma cair da bolsa da Risca. Vi até o professor Marinho andar na montanha-russa do Playcenter… Mas nunca vi fantasmas.

Um comentário em “Escolas mal-assombradas (1 ): Dorival Monteiro de Oliveira

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