Mistérios de São José dos Campos (Parte 3)

Continuando com as histórias assustadoras de São José dos Campos. Veja a

Parte 1   

Parte 2

1- A Fazenda das Irmãs e o Corpo Seco

Na década de 60, quando anoitecia, não havia o que fazer. Televisão era eletrodoméstico de rico, e buscadores de internet, eram ficção científica de George Orwell. Quando queríamos saber algo, perguntávamos aos mais velhos. Nos dias de frio, acendíamos uma fogueira no quintal, e contávamos histórias. Nesse dia a minha avó narrou uma assustadora:

“Em uma fazenda na SP-50, estrada velha de Campos do Jordão, existe a lenda de um fazendeiro ruim, que até a terra rejeitou.

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Esse homem judiava de seus familiares, até que um belo dia eles o abandonaram. O velho ficou doente, e passou os últimos anos sozinho com sua maldade.

Quando tinha doze anos, eu ia pegar manga na fazenda que pertenceu a esse velho. Certa feita, após uma aposta, eu entrei no casarão abandonado. Ao atravessar o cômodo que dava para a cozinha, encontrei uma figura raquítica, deitada em posição fetal. O piso era vermelho e estava coberto de folhas e musgo. A figura era composta por um esqueleto coberto por um coro preto desidratado. Eu corri antes que ele acordasse. 

Dizem que essa foi a primeira manifestação do Corpo Seco em São José. E na SP-50, perto da fazenda, existe um homem com as mesmas características que aparece na frente dos veículos, provocando um acidente. Quando o motorista desce para verificar, não encontra corpo algum.

(Wanderly)

2- Deus no Porta-malas

Em 1996, uma família de São José viajou e nunca mais voltou.

Era uma vez uma família bem-sucedida, o pai era médico, a mãe advogada e os filhos tinham uma boa educação. Os progenitores não acreditavam em Deus, e desde cedo ensinaram os filhos a não cair em narrativa de religiosos. 

O casal estava de viagem marcada para Campos do Jordão, onde participariam de um casamento. Eles compraram uma belíssima louça, importada de Limoges; presente encaixado com segurança no porta-malas, para não haver o risco de quebrar.

OIG (11)O casal, ao sair, pediu ao vizinho para dar uma olhada na casa. O vizinho, que acreditava na Bíblia, disse:

— Vá com Deus! Boa sorte!

O médico não perdeu a oportunidade:

— Só se for no porta-malas, porque o carro está cheio!

O casal seguiu viagem, e ao entrar na Rodovia Floriano Pinheiro, uma densa neblina cobriu a visão da pista. Eles só enxergavam os carros quando eles passavam próximos. Em uma descida, ouviram o zunido de uma buzina, e o

último vislumbre que tiveram foi o farol do caminhão vindo na contramão. Quando o resgate estava retirando os corpos do carro, eles perceberam que um ponto do veículo não havia sido amassado: o porta-malas.

(Texto: Dimas Alves Antônio)

3- Presente do Capiroto

A Macarena FM é uma rádio gospel presente no Vale do Paraíba. Em sua grade há o programa chamado “Fale com o Pastor’, onde os ouvintes pedem aconselhamento e oração. Certa vez uma mulher ligou e deu o seguinte testemunho:

“Pastor, eu estou em uma provação, mesmo assim eu dou glórias a Jesus! Há meses eu não consigo arrumar um emprego (…)”

O pastor ourou, e pediu ajuda aos irmãos ouvintes.

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Um rapaz satanista sintonizava as estações no celular, quando ouviu o testemunho. Ele teve uma ideia. No final do dia, ele comprou uma cesta-básica e foi ao endereço indicado pela rádio. Uma senhora humilde abriu o portão: — Boa noite, é aqui que a fulana de tal mora?

— Sim, eu mesma!

O rapaz disse:

— O demônio mandou eu entregar esta cesta. E que se a senhora o seguir, nunca faltará nada.

A senhora continuou com o olhar calmo e disse:

— Muito obrigado, jovem, Deus te abençoe!

O jovem satanista ficou intrigado com a resposta da senhora. Perguntou:

— Mas a senhora vai aceitar ajuda do demônio?

Ela respondeu:

— Meu filho, quando DEUS manda até o diabo obedece! Muito obrigada!

(Autor Desconhecido)

4- O Lobisomem do Alto da Ponte

Quando criança — essa história ocorreu na década de 70 — a educação era diferente. Nesse tempo, era comum os adultos utilizarem artifícios sobrenaturais para controlar a agitação das crianças. Como quando eu estava gritando, minha avó dizia que o Saci gostava de pegar meninos arteiros. E a cada traquinagem nova, ela ameaçava com outro personagem do folclore.

No início eu ficava com medo, mas depois, abstraia a fobia e voltava a bagunçar. Eu recordo que todos os dias minha mãe falava: “Menino, não fique até tarde na rua, cuidado com o lobisomem!”.

Eu continuava a perambular pelas vielas, alamedas, brincando de esconder, pega-pega, kingouraia. O que me intrigava era os meus amigos sumirem quando o relógio batia 7h00. 

Uma noite, eu fui jantar na casa de um colega. Após a refeição, ficamos na varanda, ouvindo as histórias dos adultos.

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Quando a avó dele terminou os relatos, já passava das 11h00 da noite, e eu nunca havia ficado tão tarde na rua. Eu estava encrencado, pois, teria que voltar no escuro com todas as histórias assustadores na cabeça.

Eu saí em disparada, e em poucos instantes já estava na porta de casa. Quando botei a mão na maçaneta, ouvi um uivo, e pensei: “deve ser um cachorro”. No dia seguinte começou um boato no Alto da Ponte sobre a aparição de um lobisomem.

(Luiz Fernando de Jesus)

 

5- O Jipe abandonado

Isso aconteceu quando eu tinha 6 anos. Minha mãe, minha irmã e eu costumávamos passar perto da Igreja de São Benedito. Naquele tempo, na parte inferior, em um terreno baldio, havia um jipe abandonado. Nesse dia voltávamos da Missa. Eu vinha brincando de pega-pega com o meu amigo imaginário. No alvoroço da brincadeira, avancei na frente. Quando percebi estava na frente do jipe abandonado.

Havia um velho barbudo dentro do automóvel, que começou a me encarar.  Eu também o encarei. Depois de alguns segundos, o velho disse:

— Oi menininho, tudo bem?!

— Oi tio… tchau!

OIG (14)Minha mãe veio em seguida, exausta, disse: — Você ficou maluco? —, está falando sozinho com o carro, não tem ninguém aí moleque!…

— Tem sim, mãe! — Veja o senhor sentado!

— Onde?!—Ela olhou e não viu nada

 

Eu passei outras vezes no local com a minha mãe; ela fazia o sinal da cruz, porém, não havia mais ninguém no carro. Meses depois minha mãe perguntou para um vizinho:

— Escute, você sabe algo sobre o velho do jipe?

— O velho estava muito doente e faleceu dentro do carro — Ele morreu há cinco anos… por que você quer saber?

— Deu de ombros a mãe… 

 Como a família demorou para retirar o carro do terreno, o dono chamou um guincho. Quarenta anos se passaram, e muita coisa mudou, não existe mais o terreno, e no lugar construíram um prédio. Sempre que passo por lá tenho um flashback’, e me recordo daquela época, quando vivia com a minha mãe e minha irmã, que já morreram. Também não me esqueço daquele senhor e seu jipe abandonado.

(Renê Rodolfo dos Santos)

6- A Viagem sem volta

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Ao passar pelo estacionamento da Rodoviária Nova, há um veículo vermelho (quase verde de tanto limbo) que resistente ao tempo, talvez esperando pela volta de seu motorista. Diz a Lenda que o motorista foi viajar e deixou o carro Variant nas imediações da Rodoviária (naquele tempo o estacionamento não era fechado), mas… jamais voltou.

Segundo Alexandre, vigia de carros, que mora dentro de um veículo Gol branco, sempre estacionado perto da Rodoviária, à noite, quando vai dormir, lá pelas tantas da madrugada, escuta vozes vindas da Variant. Até se acostumou, mas não gosta de tocar no assunto. Quem vê o carro detonado pela ação do tempo percebe que a placa (Franco da Rocha – CXS 0106) está intacta, sem deterioração.

(Autor Desconhecido)

3 comentários em “Mistérios de São José dos Campos (Parte 3)

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  1. Parabéns pelo trabalho, acho muito interessantes esses mistérios, principalmente aqui em São José dos Campos. E aproveitando, gostaria de saber de um mistério na Vila Adyanna, é sobre uma casa assombrada na Rua Cel José Domingos Vasconcelos, quando criança morava no Jardim São Dimas sempre ouvia essa lenda, cheguei ir até a frente da casa para ter certeza.

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